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domingo, 3 de abril de 2011

German Lorca: Olhar imaginário

Muito boa exposição com fotografias que transmitem uma sensação surrealista das coisas banais do cotidiano.

Há algumas fotos montadas em estúdio, que mostram um olhar e uma percepção que permite expandir a realidade dos objetos, transformando-os em pura arte.

Mais uma grande mostra de fotografias da Caixa Cultural.

Escolhi uma música de Suzana Salles, junto com Tom Zé, duas grandes expressões da música de vanguarda paulistana.


Sampa Midnight - Suzana Salles & Tom Zé

Abaixo das imagens fornecidas pela assessoria de imprensa da Caixa Cultural, o "press-release" dos curadores.






CAIXA Cultural São Paulo exibe a obra iconoclasta
do fotógrafo German Lorca

57 imagens mostram o trabalho de um artista que explorou a fotografia experimental, subjetiva e onírica no Brasil

A Caixa Cultural São Paulo inaugura, no dia 1º de março de 2011, a mostra fotográfica “German Lorca: Olhar Imaginário”, que ocupará a galeria Neuter Michelon com obras realizadas ao longo de 60 anos, entre 1949 e 2009, por esse que é um dos fotógrafos mais importantes do Brasil.

A obra de Lorca, ícone da fotografia moderna brasileira, foi sintetizada em 57 imagens pelo curador Eder Chiodetto, que optou por selecionar imagens marcantes do experimentalismo radical e a ruptura com o realismo empreendidos por Lorca. Tal atitude foi pautada pela clara influência que o artista paulistano absorveu de movimentos como o surrealismo e o concretismo.

No dia da abertura, dia 1º de março, às 19h, acontece um bate-papo entre o fotógrafo, o curador e o público. A mostra “German Lorca: Olhar Imaginário” tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e chega a São Paulo após receber ótimas críticas da mídia durante itinerância na CAIXA Cultural de Brasília e do Rio de Janeiro no ano passado.

Nascido 100 dias após a Semana de Arte Moderna de 1922, German Lorca auxiliou de forma decisiva a implantar a fotografia de pensamento e estética modernista em meados da década de 1940 e 1950, quando atuou no Foto Cine Clube Bandeirante, em São Paulo. Hoje, aos 88 anos de idade, e em plena atividade, o artista paulistano é considerado por historiadores como um marco da fotografia experimental no Brasil. Sua produção de caráter mais subjetivo e onírico tornou-se um divisor de águas na fotografia brasileira ao atribuir à linguagem novas possibilidades de representação, por meio da introdução da ficção e da livre imaginação, em detrimento da função estritamente documental que vigorava até aquela época.

Deixando de lado o caráter de denúncia social, Lorca capitaneou no Brasil, junto com alguns de seus parceiros de Foto Clube – como Geraldo de Barros, Thomaz Farkas e Eduardo Salvatore, entre outros – uma profunda mudança de paradigma da fotografia, agregando à linguagem uma grande parcela de lirismo e de investigação estética, como poderá ser observado na mostra da CAIXA Cultural.

Esta produção, isolada na época, só voltou à tona a partir de pesquisas de acadêmicos na última década. De fato, observou-se um lapso desta atitude experimental entre as décadas de 1960 e 1980, quando a fotografia brasileira voltou-se com força para o fotojornalismo e o fotodocumentário em função do momento sócio-político do país.

A partir da restauração da democracia, a fotografia de caráter mais lúdico e experimental voltou à tona nos anos 1990, tendo a produção dos fotoclubistas, sobretudo Geraldo de Barros e German Lorca, como fonte de inspiração.

A produção de Lorca transita até hoje entre diversas áreas: arte, publicidade, reportagem, retrato e ensaio. Em todas elas, é visível um traço comum: a fotografia como ferramenta de acesso ao imaginário. A possibilidade de vislumbrar mundos paralelos ao real: o mundo da criação poética que ressignifica o entorno visível.

German Lorca

Nascido em São Paulo, em 1922, German Lorca formou-se em Ciências Contábeis pelo Liceu Acadêmico, em 1940. Em 1946, comprou uma câmara fotográfica de 35 mm da marca alemã Welti e, dois anos mais tarde, filiou-se ao Foto Cine Clube Bandeirante. Autodidata, começou a registrar a paisagem da cidade de São Paulo.

Em 1950, trabalhou no projeto de montagem do laboratório de fotografia do Museu de Arte de São Paulo (MASP), com Geraldo de Barros e Thomaz Farkas.

Barros passaria a ser uma espécie de mentor intelectual e artístico da turma do fotoclube e sobretudo de Lorca, que lhe emprestava o laboratório fotográfico instalado em sua casa, no bairro do Brás, para que ele desenvolvesse parte de sua famosa série Fotoformas.

Em 1952, Lorca abandona a carreira de contador e abre seu próprio estúdio fotográfico. Atuou comercialmente na área de publicidade, mantendo em paralelo ao longo de sua vida, até os dias de hoje, aos 88 anos, uma intensa produção de cunho mais experimental, além de registrar as transformações da cidade de São Paulo ao longo do século 20. Ganhou diversos prêmios nacionais e internacionais.

Eder Chiodetto

É mestre em Comunicação e Artes pela Universidade de São Paulo, jornalista, fotógrafo e curador independente. Atuou no jornal Folha de São Paulo como repórter fotográfico (1991 a 1995) e como editor de fotografia (1995 e 2004).

É autor do livro ‘O Lugar do Escritor’ (Cosac Naify), um dos vencedores do Prêmio Jabuti 2004, e também coordenador editorial de livros de fotografia brasileira.

SERVIÇO:
Mostra fotográfica “German Lorca: Olhar Imaginário”
Local:
CAIXA Cultural São Paulo (Sé) - Galeria Neuter Michelon - Praça da Sé, 111 – Centro – São Paulo/SP

Abertura: de março de 2011, às 19h com visita guiada e bate-papo com o artista (para convidados e imprensa)
Visitação:
de março a 15 de maio de 2011
Horário: De terça-feira a domingo, das 9h às 21h
Informações, agendamento de visitas mediadas e translado (ônibus) para escolas públicas: (11) 3321-4400

Acesso para pessoas com necessidades especiais

Classificação: Livre
Entrada franca
Patrocínio: Caixa Econômica Federal

2 comentários:

  1. Muito interessante, Macário! O German parece nos mostrar a imagem que não conseguimos ver. Na da criança e na dos prédios dá essa impressão de não conseguir se focar!

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  2. Parabéns pela matéria. Boa fonte de informação a respeito da história da fotografia. O que se faz hoje com recursos digitais, alguém já realizava na década de 50 com grande sensibilidade poética e recursos tecnológicos precários. Beijos

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